Dor - mecanismo de sobrevivência?
- Cristina Belém
- 15 de abr. de 2015
- 2 min de leitura

"Pain - is it all in the mind?"
No dia 11 de abril a "Dor" foi tema de uma conferência que contou com a participaçao de especialistas internacionais: Javier Moscoso, Investigador e Professor em História e Filosofia e Vania Apkarian, Neurocientista. A introdução e a coordenação das apresentações e do debate final esteve a cargo de Marta Camacho, Neuropsicóloga. A mesa redonda no final das apresentações contou com a moderação do Dr. Duarte Correia,Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED).
O nome do evento era, desde logo, sugestivo "Pain - is it all in the mind?" (Dor - estará tudo na nossa mente?)
A dor é um mecanismo adaptativo. Pessoas que, devido a heraça congénita (insensibilidade congénita à dor), não a sentem, podem ser levadas a perpetuar comportamentos que lhes sejam lesivos (por exemplo, alguém que não sentindo a dor de uma fratura óssea, mantenha movimentos físicos esforçados). No entanto, hoje a dor toma um lugar imporante nos meios de investigação, bem como nos de tratamento e recuperação. Em doenças graves ou crónicas a consulta da dor é uma componente geralmente incluída, principalmente a partir de determinados estadios da doença.
A dor pode, em determinadas situações, ser sentida e forma desagradável (por exemplo quando sofremos uma queimadura), ou até de uma forma agradável (como acontece após um treino desportivo em que o desconforto muscular pode surgir como consequência).
Mas seja em que circunstância for, implica um conjunto vasto de sistemas que atuam em simultâneo: é um fenómeno neurológico que inclui a componente física, a emocional e até mesmo a social.
O modo como é sentida varia de pssoa para pessoa. Cada um de nós tem mecanismos próprios para lidar com a dor. Algumas pessoas que experienciam dores intensas e sistemáticas desenvovem, por vezes mecanismos de gestão de dor que as leva a conviver com ela de uma forma aparentemenete controlada. Pelo contrário, pessoas que experienciam dores aparentemente menos impactantes podem, em alguns casos, chegar a não as suportar, incorrendo em comportamentos de descontrolo emocional.
A abordagem à dor, a maneira como se interpreta, se encara e se aceita, pode também variar entre diferentes culturas.
Então, como é que de facto experienciamos a dor? Que mecanismos são colocados em ação? Como é possível que, e momentos de grande concentração, atenção dirigida e motivação focada, como por exemplo uma competição desportiva, possam ocorrer lesões que só são percecionadas pelo desportista mais tarde? De que forma é que o recurso a estratégias complementares, como por exemplo técnicas específicas de respiração, podem ajudar no controlo de dor?
A Ciência tem tanto para investigar, para explorar...
Mais informações:
http://ar.neuro.fchampalimaud.org/
http://www.aped-dor.org/index.php/a-aped/destaques/542-pain-is-it-all-in-the-mind
Nota: imagem retirada de http://ar.neuro.fchampalimaud.org/event/pain
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