Caminhos na consciência de si

A vida desafia a procurar vias para o autoconhecimento, abordagens que ajudem a integrar algumas das nossas vivências, a reencontrar equilíbrio nos nossos altos-e-baixos, pacificação nos nossos dilemas, intensidade ou plenitude nos momentos marcantes. Mas volta não volta a vida traz surpresas, faz-nos estremecer, põe em causa algumas das nossas premissas.

Mesmo quando não podemos mudar o seu fluxo, talvez possamos aprender com o que ele nos traz e até mudar de rumo em resultado de uma escolha consciente. Temos sempre escolha: na forma como avaliamos, sentimos e integramos as nossas vivências… E isso impacta na consciência que temos de nós, dos outros, da vida.

Processos de autodesenvolvimento, de autoconsciência, implicam comprometimento: com as nossas metas e vontades de mudança, de conquista e realização. Confiar na capacidade humana para sonhar, desejar, implementar e ser perseverante permite este trabalho interior que nos norteia na nossa relação connosco e com os demais. Há uma humanidade comum em todos nós que facilita a empatia: o entender o outro através da nossa mente-coração.

Em alguns momentos necessitamos de sentir que alguém caminha ao nosso lado testemunhando o nosso esforço, a nossa superação. Mas somos sempre nós que damos os passos graças à autodeterminação. O autoconhecimento convida à consciência de si, a esta espécie de vaivém do olhar desperto e profundo que não se faz de forma constante mas numa inconstância transitória.

Sugestões para a prática diária consciente:

1. Perceber a intenção e definir a meta

2. Praticar um momento diário de aquietamento

3. Trabalhar a autoconsciência

1) Perceber a intenção e definir a meta – colocar-se algumas perguntas para iniciar este processo, anotar as respostas e colocar datas de início e de conquista de metas:

• O que quero conseguir?

• Quando o quero conseguir?

• O que é que atingir isso representa para mim?

• O que é que ganho com isso (ao atingir isso)?

• O que vou fazer quando o conseguir atingir?

• Quando vou começar?

2) Praticar um momento diário de aquietamento – uma prática diária de consciencialização do momento, da vida em si, do aqui e agora:

• Selecionar um momento do dia para estar consigo mesmo. Encontrar um local tranquilo para sentar (ou deitar) numa postura confortável, com costas eretas (coluna verticalizada), mãos pousadas sobre as pernas, pés bem apoiados no chão ou pernas cruzadas (posição de meditação). Fechar os olhos, aquietar e tranquilizar, respirar fundo, devagar e suavemente. Sentir o ar tocar as narinas na inspiração e expiração, observar que partes do corpo ondulam com os ciclos respiratórios. Procurar manter o foco consciente nesse momento, no reciclar que a vida faz no corpo através da respiração. E quando terminar, agradecer à vida, ao momento e a si mesmo.

3) Trabalhar a autoconsciência:

• Fazer um breve resumo do percurso de vida até hoje, dos momentos, ocorrências e pessoas significativas. Prazerosas ou dolorosas, são essas vivências que nos trazem a capacidade de nos vermos e transcendermos. Talvez essas experiências permitiram desenvolver competências e recursos que de outra forma não teríamos e que nos tornam únicos: somos a personagem central da nossa história e ela existe graças a nós.

• Ter um momento só seu todos os dias, para aquietamento e reflexão: o que aconteceu hoje que tornou este dia especial? Os desafios e dificuldades testam as nossas capacidades e os nossos limites, mas em simultâneo somos diariamente presenteados pela vida, às vezes sem nos apercebemos.

• Procurar falar com alguém em quem se confie e pedir feedback sincero, desapegado e generoso. E depois refletir sobre isso tirando conclusões com honestidade para consigo mesmo.

Autodesenvolvimento, autoconhecimento e autoconsciência são trilhos que se entrecruzam, com a colaboração da neurofisiologia: temos toda uma vida para os percorrer. Muitas abordagens são facilitadoras nestes processos: Psicologia, Hipnoterapia, Meditação, Reiki, Coaching, Yoga, tantos… Importante é querer fazê-lo e pôr diariamente mãos à obra.

Imagem retirada de: http://www.masaru-emoto.net/english/image42.html

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